quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A contravenção da polícia

Não bastasse a corrupção se misturar cada vez mais com a história da política no país, passa a fazer parte também da rotina policial. E o pior é que o motivo principal dessa prerrogativa deixou de ser simplesmente a busca pela Justiça, através da investigação criminal. Causa surpresa e preocupação pensar que a contravenção é uma realidade não só combatida pela polícia, mas presente nas próprias instituições militar e civil.
Em situações recentes, e quem sabe até pontuais, a própria polícia precisa se defender de seus servidores. Isso fica claro, por exemplo, na Operação Congregação, onde o Ministério Público precisou tomar as rédeas de uma investigação interna da Brigada Militar. Afinal, um sargento passou a usufrir de informações sigilosas para possivelmente beneficiar sua rede de relacionamentos. Entre jornalistas, colegas de profissão e até mesmo contraventores.
Em outro caso, temos um soldado que morava em cima de uma depósito clandestino de caça-níqueis, no bairro Olaria, em Canoas. Será possível que ele não sabesse de nada? Ou mesmo que apenas se sigam ordens de superiores? O certo é que a sociedade continua precisando muito desta polícia, que como qualquer instituição pública tem problemas e se esmera no combate a contravenções - uma contradição presente na própria corporação.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A guerra do tráfico

Em meio a uma sexta-feira, que parecia ser tranquila, descobri que havia um baleado caído em via pública, no bairro Guajuviras. Logo que cheguei na ocorrência, descobri que o rapaz de 22 anos tinha sido executado a tiros, a poucas ruas da rótula do bairro, onde a Prefeitura colocou o seguinte letreiro: Território de Paz, Guajuviras.
Conversando com moradores, descobri que o jovem integrava um dos grupos mais famosos e influentes do local, conhecido como a Gangue dos Califa. A Brigada Militar diz que ele fazia a segurança de integrantes do bando.
Como de praxe, vizinhos afirmavam no local que não viram nada. Porém, traziam a família para assistir a movimentação da polícia e peritos. Tentando conversar com parentes, senti o medo presente em suas palavras e face. "Aqui a gente não fala. E se tu quiser ficar viva, desiste disso", disse uma mulher, ainda abalada.
Em mais um crime em que a vítima tem envolvimento com o tráfico de drogas, fica claro que o tempo não perdoa... É tudo uma questão de escolha!