quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Espíritos e magia negra

Uma moradora de Canoas pode ter sido assassinada em meio a um ritual de magia negra. E o mais incrível é que o principal suspeito deste crime é um "amigo" da vítima que dizia ser a reencarnação de um filho que ela perdeu. A filha da vítima diz que o suposto pai-de-santo, suspeito de matar a mãe junto a dois comparsas, conseguia extorquir a empresária incorporando o espírito do irmão morto.
Curiosamente, a Polícia Civil ficou sabendo deste crime quando investigava outro caso em Eldorado do Sul. Os últimos relatos de um jovem, que morreu vítima do crack, indicaram o local em que uma mulher teria sido concretada viva, em uma empresa de celulose, próxima à BR-290. Ao desenterrá-la, a polícia encontrou junto ao corpo dois caixõezinhos pretos e uma corrente contendo um cadeado, usado pelo trio para garantir que a vítma não pudesse fugir ou ressurgir.
Conversando com adeptos de religiões africanas, percebo que a crença em Deus e os santos que envolvem este culto tem representações distintas. Há um trabalho espiritual e comunitário exercido por aqueles que vivem e dedicam-se à linha branca. Que o mau exemplo deste caso não nos faça duvidar da seriedade do trabalho feito por casas religiosas, que representam crenças milenares como a Umbanda e o Candomblé.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Tragédia em família

Em quase um ano de reportagem policial, costumava dizer que crimes violentos não me atingiam, já que a maioria deles envolvia pessoas com extensa ficha criminal. Hoje, porém, posso dizer que nada é mais chocante do que um crime cometido contra cianças.
O caso aconteceu no final de julho, em uma casa distante do bairro Mato Grande... Conforme relatos de um menino de 8 anos, que se escondeu embaixo da cama para fugir do pai, uma briga teria gerado os ataques a sua mãe e às irmãs, de 10 meses e seis anos. Somente a menina mais velha sobreviveu aos golpes de faca... O homicida, segundo o filho, teria bebido três garrafas de cachaças naquele domingo.
Não satisfeito, o homem teria procurado pelo menino que, assustado, acabou saindo do esconderijo. Demonstrando a coragem de poucos, o garoto teria conversado com o pai que o orientou a ligar para o 190. E em meio a esta onda de trotes, o policial militar atendente acabou não acreditando na história do menino, que insistia em dizer que estava sozinho em casa.
De acordo com a polícia civil, o sobrevivente pegou a irmãzinha ferida no colo e a cobriu com sua jaqueta para pedir ajuda dos vizinhos. Até semana passada, a única pista do foragido é que estaria mendigando comida em comércios de Igrejinha, acompanhado de uma mulher morena. Teria ela ideia do perigo que corre? Se não for cúmplice do mesmo...

A banalização do crime

Em plena sexta-feira, uma cena incomum mudou a rotina de um pequeno vilarejo, no bairro Niterói, em Canoas... Um Audi A3, tripulado por motorista e caroneiro, é de repente parado por atiradores. Um das vítimas chegou a deixar o carro, correu cerca de um quarteirão mas acabou não sendo poupado. Foi uma cena cinematográfica, digna de ser aplaudida por diretores renomados, o que na cidade tem se tornado um tanto banal.
A exemplo disso, torna-se comum ver dezenas de pessoas simples, anônimas,circundarem a cena do crime. A espetacularização da violência talvez explica parte desta curiosidade... Mas o que não se pode negar é que, em muitos casos, as famílias de baixa renda vivem com poucas opções de entretenimento. E nem mesmo as crianças são poupadas deste show da vida.
Passados quase um mês deste duplo homicídio, a polícia civil só sabe informar que a motivação está relacionada ao tráfico de drogas... Nesses casos, os parentes não conseguem esconder o descontentamento de uma perda, que já sabem que teriam mais cedo ou mais tarde. O silêncio de vizinhos e familiares explicam o medo que todos tem de serem a próxima vítima!