domingo, 27 de junho de 2010

Nos bastidores da Copa

De quatro em quatro anos, muita gente descobre que gosta de futebol. Principalmente quando o Brasil entra em campo. O que nem todo mundo sabe é que nos bastidores da Copa tem gente que precisa jogar um bolão para não deixar a peteca cair. Basta dar um giro rápido pela cidade... A primeira vista, tudo estará fechado.
Aproveito para relatar a minha experiência no último jogo do Brasil, sexta-feira passada. Chegando na redação, por volta das 10 horas, já era visível que as coisas não tinham o mesmo ritmo dos outros dias: pouca gente na recepção, e o telefone - amigo inseparável do jornalista - quase não tocava. Encontar uma fonte, a mais simples que fosse, torna-se uma missão praticamente impossível.
Porém, era preciso adiantar tudo o que fosse possível, afinal a edição do dia seguinte no jornal precisava ser feita, independente do jogo - a manchete do Brasil já estava garantida, apesar do resultado. Mas a página de polícia precisava de elementos.
No primeiro tempo, acompanhei os principais lances entre um comentário e outro dos colegas - poucos pararam realmente na frente da TV - e a narração exaltada do Galvão Bueno.
Fim dos 45 minutos! É hora de aproveitar o intervalo do jogo para falar com algumas fontes. E ao som de vunvuzelas consigo fechar a matéria principal do dia. Com o espírito de missão de cumprida, tornou-me mais uma torcedora chuleando gols da nossa seleção.
O mais complicado, porém, é quando o patriotismo ultrapassa as barreiras do bom senso. Pois precisei ir a uma delegacia 24 horas no meio de Brasil x Coréia do Norte e um dos plantonistas chegou a me perguntar: peraí, tu não é brasileira? O que tu faz aqui, sem olhar o jogo? Então respondi: se não fosse brasileira, não estaria trabalhando...

sábado, 26 de junho de 2010

Brincando com o perigo

Eis a inocência de três meninos de 13, 12 e 10 anos. Segundo relatos da polícia, eles brincavam em uma residência de Nova Santa Rita quando a curiosidade falou mais alto que o perigo...
Haviam dois revólveres calibre 38 guardados em um galpão, disposto acerca de 2 quilômetros da casa onde os garotos estavam. Bastou alguns minutos para que o mais velho empunhasse uma das armas. Enquanto mostrava para os outros, acidentalmente o gatilho desparou acertando o mais novo deles.
Gritos, pavor e desespero. O rapaz chegou a ser socorrido ao Posto de Saúde Municipal, mas infelizmente já era tarde... O fato comoveu vizinhos, amigos e colegas de escola do menino, que mal conheciam o significado da morte.
Noticiado o fato, minha missão no dia seguinte foi tentar falar com parentes do trio. Com quem buscasse informações, a reação era de choque... Chegaram a dizer que a casa do autor do disparo foi apedrejada - informação não confirmada pela polícia. Terá ele tido realmente culpa?
O que ninguém pode negar é a irresponsabilidade de quem deixou essas crianças sozinhas, podendo se aproximarem da arma. Podia ser o filho de qualquer um de nós!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Vigiando e sendo vigiado

Imagine estar andando despretenciosamente... Ou quem sabe fazendo compras no Centro da cidade. A partir de hoje, em 27 pontos - espalhados por nove bairros de Canoas - você não estará mais sozinho. Uma moderna Central de Videomonitoramente, comandada pela Prefeitura, estará vigiando canoenses e visitantes 24 horas.
Pelo menos, no ponto de vista da segurança, esta medida pode significar um avanço. A tecnologia torna-se uma aliada no combate à criminalidade.
Só não me agrada saber que passamos a ser os protagonistas de um Big Brother real. Neste jogo, porém, não há prêmios em dinheiro, mas promessas de reforço nas ações de prevenção à violência.
O jeito é se acostumar pois, como já dizia o ditado, quem não deve, não teme. E isso vale também para a polícia, que passa a ser também vigiada pela comunidade.

Noticiando o que acontece

Uma noite de sono inconstante... É como se eu prevesse que o dia seria cheio de más notícias em Canoas hoje. Isso porque minha missão é noticiar os infortuitos que alguns personagens canoenses vivenciaram nesta quarta-feira.
Homens encapuzados, nesta madrugada, tiveram a gentileza de retirar uma grávida de oito meses da cena do crime. Provavelmente ela não interessava aos atiradores, isso porque foram três disparos a queima roupa.
E lá fui eu apurar as circunstâncias, em meio a vila São Miguel, bem lá no fundão do Guajuviras. Percebo que gente simples e ao mesmo tempo amedontrada prefere se manter calada. Entre uma conversa e outra, logo descubro que há uma boca-de-fumo instalada bem próxima ao cenário de mais um homicídio em Canoas. Até o momento, se não me falha a memória, já ultrapassamos a marca de 80 assassinatos no ano. Em 2009 foram 127 casos...
Preliminarmente a Brigada Militar afirma que o homem de 24 anos não tem antecedentes crimianais. O que me intriga, porque há dois meses seu cunhado foi morto no mesmo bairro. Será mais uma vítima da guerra do tráfico? Isso só o tempo e a investigação da polícia civil poderá dizer. Bandido ou mocinho, é mais um crime brutal que agrega-se as estatísticas da cidade. Até quando?